Vamos começar com o óbvio: para que alguém se torne bom no que faz, precisa praticar. É claro que cada ser humano é único e o tempo que levará para dominar uma habilidade varia de pessoa para pessoa. Tendo isso em mente, falemos dos chamados experts – pessoas consideradas excelentes no que fazem.
Estudos comprovam que essas pessoas se desafiam a todo o momento, buscando quebrar a barreira que a mente, de forma quase inconsciente, tenta impor. Um exemplo simples para ilustrar. Imagine um motorista. Ele pratica a direção naturalmente e diariamente. Eles realmente sabem o que fazer de forma automática. Agora imagine os motoristas de corrida. Eles são tão bons no que fazem que até o nome é outro: são pilotos! Eles também sabem o que fazer, mas se desafiam em níveis muito maiores e intensos do que os que dirigem regularmente. A característica de um expert ou perito se destaca nisso: ele busca avançar por campos que a maioria não ousa chegar, vai ao seu limite, ultrapassa e continua avançando.
Falando do exemplo de Davi, temos algo semelhante. Muitos naquela época sabiam usar a funda – nome dado a uma arma de arremesso construída com uma correia, algo semelhante a um estilingue moderno. Mas poucos sabiam utilizar dessa ferramenta como Davi, pois ele praticava sempre e aperfeiçoou tanto o uso da arma que foi capaz de vencer um gigante com apenas uma pedra – algo que ninguém em todo o exército israelita pôde fazer.
Um dos maiores inimigos da perícia é a arrogância. Os que chegaram em posições de destaque hoje já foram aprendizes um dia e souberam ouvir e aprender de quem, na época, sabia mais. Esse pode ser um dos maiores desafios para muitos, já que é necessário abrir mão do ego para reconhecer que ainda existem coisas fora de seu alcance ou que você precisa da ajuda de outros para fazer algo. Porém, os que vencem esse ego inflado avançam em direção aos desafios que só poderão ser vencidos por quem já amadureceu mentalmente para reconhecer isso.
Outro ponto que impede o avanço à perícia é a preguiça. Pessoas que sempre buscam atalhos para tudo em sua vida nunca estão verdadeiramente aptas a enfrentar desafios maiores, pois se acostumam a achar uma “solução fácil” para suas dificuldades. A pessoa que se casa e na primeira discussão, se separa. A pessoa que prefere ler um resumo do livro na internet por não ter paciência ou ser preguiçosa demais para ler o livro. Até mesmo os trapaceiros que colam na escola ou faculdade e quando precisam aplicar o conhecimento real no trabalho, precisam recorrer a outros meios ou pessoas, pois não sabem o que fazer.
Devemos fugir desse tipo de comportamento se quisermos evoluir e nos tornarmos peritos.
Márcia Souza
Aluna de Teoterapia
Belíssima reflexão 🙏