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Luto crônico: como lidar com a dor prolongada?

O luto é uma experiência humana universal. Quando perdemos alguém que amamos, somos inundados por uma mistura avassaladora de emoções. A dor emocional que acompanha a perda pode ser avassaladora e deixar em nós uma marca indelével. Embora o luto seja uma resposta comum e saudável à perda, ele nem sempre passa com o tempo. O luto crônico é um estado prolongado de dor e sofrimento que não desaparece com o tempo. Este artigo irá explorar o que o luto crônico é, suas causas e o que fazer se você estiver lutando contra ele.


O que é Luto Crônico?

O luto crônico, também conhecido como luto prolongado, é um estado prolongado de dor e sofrimento que pode durar anos e afetar negativamente a qualidade de vida de uma pessoa. O luto crônico é diferente do luto normal em vários aspectos.


Primeiro, ele dura mais tempo do que o luto normal. O luto normal pode durar de algumas semanas a alguns meses. No entanto, o luto crônico pode durar anos e, em alguns casos, nunca acaba.


Além disso, o luto crônico é caracterizado por uma intensidade constante e incapacitante de emoções negativas, como tristeza profunda, desesperança, raiva e culpa. Essas emoções podem persistir ao longo do tempo e impedir a pessoa enlutada de retomar suas atividades diárias, relacionamentos e hobbies.


Outra característica do luto crônico é a dificuldade em encontrar significado ou sentido após a perda. A pessoa pode se sentir perdida e sem propósito, questionando o sentido da vida e lutando para encontrar um novo rumo. A falta de perspectiva e a sensação de vazio podem levar a uma espiral de tristeza e desespero, tornando o processo de luto ainda mais difícil de superar.


É importante destacar que o luto crônico não é uma condição psiquiátrica formalmente reconhecida, mas sim um termo utilizado para descrever um tipo de luto que se prolonga por um período excessivamente longo e interfere significativamente na vida da pessoa. É fundamental buscar ajuda profissional caso o luto crônico seja identificado, pois ter o suporte adequado pode ser essencial para superar o sofrimento prolongado e reconstruir uma vida significativa após a perda.


Qual a consciência do enlutado crônico?

A consciência que leva o enlutado ao luto crônico é permeado de uma dor que nunca passa, a pessoa entra num estado de negação, raiva, culpa Deus por ter levado a pessoa amada, esses casos acontecem geralmente entre cônjuges o qual o enlutado sente que a vida não tem mais sentindo, numa consciência egoísta não se importa com as pessoas que estão presentes, vivem suas vidas em função da dor da perda, não conseguem serem gratos pelo tempo, pela alegria e pelo que construíram juntos.


O que corrobora para o enlutado permanecer num estado de negação é não ter em seu consciente que estamos nesse mundo de passagem, que a morte chega para todos a qualquer momento.


Segundo Moltmann, A vinda de Deus, p. 138. Somente o luto aceito e suportado restaura o amor pela vida após a morte. Quem recusa ou interrompe o processo de luto descobrirá em si mesmo um abatimento insuportável e uma apatia crescente. Ele perderá o contato com a realidade das pessoas ao redor e não encontrará novo ânimo para a vida. Quem entra em luto profundo amou intensamente. Quem não consegue praticar o luto nunca amou. O problema de nosso tempo é que as pessoas querem viver a felicidade sem a dor e o amor do luto.


Uma abordagem Teoterapêutica:

Para os enlutados que se conscientizam que precisam de uma ajuda profissional a ADI: Abordagem Direta do Inconsciente é uma técnica eficaz a ser realizada. A ADI é baseada na premissa de que todas as nossas emoções negativas são criadas em nossas mentes subconscientes, e que a cura só pode ocorrer através de uma abordagem direta do inconsciente. Ao contrário da terapia tradicional, que muitas vezes visa entender e analisar os sentimentos e experiências do paciente, a ADI atua de forma mais objetiva. O Teoterapêuta utiliza técnicas específicas para levar o paciente a um estado de consciência alterado, no qual ele tem acesso direto ao seu inconsciente e pode trabalhar com os problemas de forma mais eficaz.


Concluindo com uma análise de Freud:

Luto e melancolia: diálogo com Sigmund Freud

Importante na diferenciação que Freud faz entre amor e melancolia é, primeiramente, a distinção entre um amor que ama o objeto por causa dele mesmo e um amor narcisista que ama e desfruta no objeto amada apenas para si mesmo. Há pessoas que amam apenas como ressonância de si mesmas. Amam o que combina com eles e que intensifica a experiência e avaliação que tem se mesmas, mas não o outro, que apenas lhes parece estranho e hostil. Neste caso, é claro que a perda do objeto do amor é recebida como ofensa pessoal. Em contrapartida quem amou, quem amou os ou o outro por causa deles ou dele mesmo pode ficar de luto sem melancolia. Eles aceitam a pessoa amada pelo que ela mesma é e não reivindicam qualquer direito de propriedade sobre ela. Na linguagem da fé, ela é recebida como um presente do amor de Deus e pode, por esta razão, também ser confiada a esse amor eterno quando a morte chegar. A alegria experimentada na experiência feliz do amor transforma-se, mediante a gratidão, em proteção na experiência de luto. Complementando a análise de Freud, chamamos a atenção para a ligação entre luto e gratidão de um lado e a ligação entre luto e esperança de outro.


Sônia Gonçalves Rugila

Diretora Secretária da ABRATHEO

ABT 1.0017-PR provisória



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